Há uma distância imensa entre a vontade de receber autêntico prazer do abrir-se de fato no corpo e na alma para isso realmente acontecer.
O condicionamento mental nos leva sempre a performar, a acionar o ego, a impressionar, a atender a ideia louca da “expectativa que o(a) outro(a) tem sobre nós”.
Para isso vestimos nossas máscaras, figurinos, comportamentos e palavras para causar efeito, seduzir, manipular. Tudo para: CONTROLAR. Controlar os riscos de nos mostrarmos nuas(nus) de verdade. Pois a nudez total, a vulnerabilidade absoluta de sermos quem somos nos provoca o terrível medo da rejeição.
E através do controle buscamos uma (falsa) segurança, uma estratégia para tentar garantir que nos sentiremos queridas(os), desejadas(os), amadas(os).
E NO SEXO, CONTROLE SE TRADUZ, POR PERFORMANCE.
PERFORMAR é fazer sexo sem real conexão consigo e/ou com a outra pessoa. Ficamos reféns do “precisar mostrar tudo o que sabe para impressionar, agradar”.
E isso gera um baita estado de ansiedade e distanciamento íntimo-afetivo. EXATAMENTE O QUE NÃO QUEREMOS!!! E O QUE NÃO NOS PERMITE UM ENCONTRO SEXUAL PROFUNDO E PLENO!
JÁ O ESTADO DE PRESENÇA GERA CONEXÃO E UMA ESPÉCIE DE SERENIDADE ERÓTICA. É possível sustentar, cultivar o tesão e respirar; estar no aqui e agora e confiar, abrir-se em plena vulnerabilidade para receber todo o prazer que nasce através do encontro real com outra pessoa.
Quando não há a agonia da performance que provoca o estado de separação por cada um querer fazer a sua cena, algo novo surge. É como se fosse a primeira vez. E deste aspecto quase virginal brota a renovação da confiança de que somos seres capazes de dar e receber prazer e amor naturalmente, sem a necessidade de provar nada pra ninguém.
Fernanda Franceschetto
Vulvoscopia FF
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