A gratidão é um caminho à transcendência e à virtude da sabedoria. Não como dogma a um poder superior ou prática mágica para resolver os problemas da vida. E sim como ato de escuta, comunicação e reconhecimento do outro aqui nesta Terra.
Enquanto agimos e pensamos de maneira autorreferente – infantil e egoica – de que o mundo existe para nos servir, estaremos ingratos, reclamando da vida, da situação atual e das pessoas. Afinal, o inferno é a crise, são todos os outros, e não eu.
Quando começamos a ampliar a consciência para nossos atos, palavras e omissões nos damos conta que a gratidão é um antídoto à insatisfação, à vaidade e também ao alívio de sintomas de depressão (comprovado cientificamente).
Começamos a enumerar e agradecer ao que temos. Principalmente à vida que nos foi dada, e tudo o que recebemos – especialmente nossas forças, dons e virtudes – para servir a nós mesmos e aos demais. A gratidão permite que eu reconheça o valor em mim mesmo e a existência do outro. Abre a possibilidade de uma nova comunicação. Ser grato ao que o outro pode e faz por mim. Como ele faz. Não como eu quero que ele faça.
Cada gesto contém um dom. E aprender a reconhecer o gesto do outro e a ser grato nos transforma, nos humaniza, nos faz experimentar o amor, a bondade e a conectividade real, o paraíso que também é o outro e a oportunidade que estamos tendo neste exato agora de nos transformarmos radicalmente, de deixarmos pra trás tudo o que não não faz mais sentido, tudo o que não nos serve mais.
Texto de Fernanda Franceschetto
Vulvoscopia FF: A jornada íntima sem tabu ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀