Vulvoscopia FF consciência – guerreira – Amazônia

Feminilidade e Terra devastadas são sinônimos.

O mesmo sistema patriarcal que abusa e destrói a natureza essencial das mulheres, mata a Amazônia.

Eu estive lá, como repórter investigativa de TV, em 2004. Quase perdi a vida.
Madeireiros(e políticos) que exploram a floresta tentaram me matar ao saber das gravações que eu havia feito. Fui cercada e quase linchada por um cerco de 600 pessoas. Destruíram todo o meu material, todas as fitas de gravação.Fui refém literal da ignorância na Amazônia.

Ao conseguir escapar, graças a dois policiais locais e ao barco do Greenpeace, pedi demissão ao chefe do jornalismo, que cortou minha voz no ar quando eu noticiava a grave situação e dizia o nome do partido político envolvido no caso.

Antes de sair, consegui fazer um documentário que auxiliou no decreto federal da criação de uma grande reserva extrativista, de proteção ambiental e social dentro da Amazônia. Valeu por isso. E por minha primeira vivência radical de fazer parte do sistema – mesmo buscando defender a verdade – e decidir sair dele.

Sim, meu primeiro grande ato de coragem nasceu na Amazônia. Nome dado por exploradores espanhóis ao encontrarem às margens do rio, mulheres fortes, selvagens e livres – sem homens- vivendo em tribos radicalmente femininas, levando-os a relacionar com o mito grego das amazonas. Os índios as chamavam de icamiabas ou iacamiabas, do tupi: i + kama + îaba, significando “peito partido”.

Vamos reagir perante o abuso, a violência e a ignorância em nossas vidas diárias, assim como a floresta também vai reagir. Estejam certos disso. E as amazonas ou icamiabas de hoje estão se encontrando e se alinhando a cada agora, para salvarem a si mesmas e a este planeta.

Através da CORAGEM de ENFRENTAR o SISTEMA e pelo AMOR a linhagem feminina de cada uma de nós e a nossa mãe Terra, agiremos com plena força de consciência pela r-evolução.

O patriarcado vai chegar ao fim.

Autoria: Fernanda Franceschetto
Terapeuta gestalt e comunicadora

Foto:@marifranceschetto, minha irmã guerreira e skydiver

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