FF responde a pergunta de uma seguidora no Instagram: “ Peço licença para te perguntar, acabei de ler um livro, o lado sombra, fico me perguntando, sou uma santa na família, como lidar com a puta, que continua uma vida as escondidas com um homem casado? Isso me culpa, inconsciente, porque ao mesmo tempo que quero, minha alma não se sente feliz… Muitos anos reprimida”.

Querida Deusa, pode entrar, não precisa pedir licença. É uma honra poder te servir. Estou aqui para ajudar pessoas que como tu, corajosamente estão querendo desbravar territórios inconscientes e sombrios em busca de verdade, luz e amor em si mesmas/os e em suas relações.

O duelo entre a santa e a puta é um clássico na interioridade feminina, culturalmente forçadas pelo sistema machista/patriarcal à separação, a serem opostas irreconciliáveis.

Esta divisão psíquica, emocional e energética nos debilita, enfraquece e faz com que todas nós soframos em alguns ou em vários momentos da vida, seja quando nos enrijecemos só na experiência da santa ou só na da puta. Precisamos trabalhar internamente para aprender a integrar, a fazer o casamento destas polaridades dentro de nós e em nossas relações afetivas/ íntimas.

A repressão que todas vivenciamos em maior ou menor grau é a violência contra a metade considerada “puta”: a natureza livre e aberta da fêmea não domesticada, receptiva aos sentidos, aos prazeres, à sabedoria e transcendência orgástica.

Por mais que haja vontade e tesão em ter relações transgressoras aos acordos de um casamento frustrante e insatisfatório, a alma sofre pois necessita e tem o direito de viver a sexualidade plena e profunda sem precisar de esconderijos e mentiras.

Confia na tua voz interior. Enfrenta o medo de atender à consciência que te chama. Tu mereces viver por inteira: ter a santa e a puta dançando livres e harmonizadas dentro de ti. Ambas sendo recebidas, adoradas, respeitadas e celebradas por quem diz que te quer.

O caminho da libertação de tuas prisões já te espera.

Com amor,
Fernanda Franceschetto
comunicadora social, terapeuta gestalt, jornalista, artista, mística, mãe,

Vulvoscopia FF: A jornada íntima sem tabu
Foto: @corwinprescott .⠀⠀⠀

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