Salve, irmandade! Passando para compartilhar que comecei a celebrar a chegada da primavera, em meu bosque-quintal, invocando sem culpa nem vergonha, toda a beleza, poder e sabedoria da fêmea selvagem que me habita e guia.
Depois de atendimentos on-line e lidas domésticas, me entreguei ao sol na convicção de levar meu sonho e luta adiante, venha o que vier, sem arredar o pé no enfrentamento ao patriarcado e sua devastação da natureza feminina essencial: na Terra e nas mulheres, especialmente.
Comecei a tirar o mofo dos desejos mais radicais e profundos de minha alma aquariana, que foi desafiada neste duro inverno de diversas maneiras.
Há de se ter coragem para escutar a própria fêmea quando fica sem voz, amordaçada pela pressão externa de um mundo patriarcal que cobra resultado, eficiência, alta performance e competição a todo custo.
Há de se ter coragem para atender a própria fêmea e soltar as cobranças por perfeição nos processos do mundão e respirar o corpo para que não se torne jaula, desconectado do mundo interior e sem harmonia entre o pensar-sentir-agir.
Hoje falei pra minha fêmea e falo para a tua, mulher: Deixa a fêmea abrir teu corpo livre e não domesticado. Escuta o que ela te diz. Acolha. E experimenta abrir as pernas e respirar com plena atenção no eixo vulva-coração. Venha o que vier. Emoções, movimentos, silêncios, fantasias e especialmente: crenças mentais limitantes e negativas.
Acolha a tua fêmea.
Sem julgar.
Sem criticar.
Sem boicotar.
Sem debochar.
Sem desprezar.
Acolha.
A cada vez que a mente voltar a pressionar a tua fêmea através dos recursos que escrevi acima, não desista.
Concentra na respiração e no estado de presença e volta a abrir peito e pernas e estar contigo, profundamente. Confia.
A jornada íntima revelará a Guia que há em ti: seja ao teu aprisionamento ou a tua libertação. Onde colocares a atenção, a energia aumentará. Acolhe a dor e segue na travessia ao prazer.
O poder está em ti. Escuta e experimenta a fêmea que te chama para ser ouvida, respeitada, amada e livre em toda sua sabedoria natural e selvagem – não presa do patriarcado.
Hoje a minha fêmea, disfarçada de serpente, decidiu começar a trocar de pele.
A mulher selvagem que me habita invocando, das entranhas, o êxtase da primavera.
Em amor e coragem,
Fernanda Franceschetto
Laboratório do Amor FF
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