
Salve, mulher.
Salve, fera.
Aprende a te ouvir gritar.
Escuta a dor que há em ti.
Solta a tua garganta e a tua vulva.
Abre este canal.
Sente o medo.
Acolhe o medo.
Coragem.
Segue firme.
Te permita ser quem tu és, por inteira – na luz e na sombra.
Assume a escuridão de tuas ações, pensamentos e omissões, protegida atrás de tua máscara.
Aprende a observar e a trabalhar sobre ti mesma.
Aprende a enfrentar – e tornar conscientes – as diversas formas de opressão que sofreste
e que levas o outro a sofrer.
Te responsabiliza por tua sombra.
Te responsabiliza por tua dor.
E conecta com teu centro de poder genuíno, através da porta de tua vulva em direção ao teu coração e a tua consciência.
Se não há espaço para acolher e trabalhar a própria sombra, não haverá espaço para acolher a sombra do
outro e trabalhar juntos pela relação a dois.
E pensar que não haverá a presença constante da sombra – na queda das máscaras – que só haverá beleza
e “ luz”, é a grande fantasia, a grande farsa que todos nós atuamos, em menor ou maior grau.
Já diretamente, dizia Jung:
“ um não se ilumina vendo figuras de luz, mas tornando consciente a própria escuridão”.
Bençãos de coragem, fé e amor,
Fernanda Franceschetto
fêmea, filha, mãe, gestalt-terapeuta, atriz, jornalista e mística moderna
www.fernandafranceschetto.com