
Antes de nos despedirmos da praia da montanha-templo, levei Laila conhecer a casa onde sua mãe, quando grávida, fez um retiro de 40 dias, no sexto mês. Longe do amado, da família, dos amigos, da cidade, do ruído.
Entregada ao silêncio e ao presente de sentir-se fêmea e deusa.
Despertando com os pássaros, caminhando com as ondas, sendo alimentada pela terra, acariciada nua por sol e lua.
Amando sua barriga, seios e vulva.
Em fluir de êxtase diariamente.
Rompendo os íntimos tabus do que é estar grávida aos moldes opressivos e cruéis da cultura machista, patriarcal.
Sendo empoderada pela mãe natureza, liberdade, prazer e plenitude de Presença.
Não tenho dúvidas de que a conexão total com a Terra, caminhadas, práticas de yoga e meditação foram essenciais para a autoconfiança no momento do parto normal – ainda mais, recebendo depois a notícia de que Laila estava em posição pélvica, sentadinho no útero.
E ela nasceu sim, de bumbum!
Uma jornada arrebatadora e mística para nós duas.
Vivemos em profunda cumplicidade.
Ser mãe solo é a experiência mais radical de minha vida.
E não me arrependo.
Minha trajetória de autotransformação e ampliação da consciência me prepararam para isso.
E não é sacrifício, é AMOR.
E Laila sente isso!
E hoje se apresenta como a maior incentivadora, para que – depois de quase 6 anos, 3 entregues totalmente à maternidade, 24h por dia – sua mãe volte a ter um namorado; pois como ela mesma diz, serena e sorridente “ meus pais já foram namorados, agora eles são amigos!” .⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Autora: Fernanda Franceschetto
Vulvoscopia FF: A jornada íntima para tornar-se mulher sem tabu