
Tudo o que se passa bem lá dentro, nas raízes de nossas entranhas, coração e mente chega à flor da pele, que só espera uma chance, um toque, um sopro para se abrir.
Ser receptiva às necessidades profundas de afeto e acolhida é um ato de coragem e de amor próprio.
Não vamos ignorar mais a voz de nossos corpos que insiste em nos chamar todas as vezes que buscamos alguma outra coisa para nos distrair do que estamos SENTINDO.
Desamparo, medo, tristeza, solidão, raiva, ansiedade, frustração… A lista muda a cada momento e todos os dias vivenciamos diversas oscilações emocionais. Elas sempre existiram. Só que agora estão mais potencializadas e audíveis. Quase insuportáveis. Por isso a pele chega a gritar. Pedindo por favor, por alguém que a venha tocar.
Te permite uma experiência: contempla profundamente tuas mãos. As faça encontrar lentamente e acariciar uma à outra. Flua este toque amoroso aos antebraços, braços, ombros, pescoço, rosto.
Toca o rosto com delicadeza e carinho. Acolhe os maxilares com o calor da palma das mãos. E permita que fiquem mais soltos, abrindo a boca. E respira assim, soltando bem o ar e deixando sair para fora a angústia, a tensão, a raiva, a tristeza… Massageie os pontos de tensão.
Ao estar mais aliviada leve as duas mãos ao ventre e segue respirando de boca aberta. Até que esta respiração te relaxe cada vez mais. Bocejos são muito bem-vindos.
E quando te sentires totalmente relaxada, vá devagarzinho ao encontro de tua vulva, sendo a flor mais delicada que podes imaginar. Respire e a toque em estado de plena atenção, com a consciência no aqui e agora.
E aos poucos permita que tua vulva te conduza. Que tua vulva te guie. Sem pressa. Sem controle. Sem exigência. Sem expectativa. O amor está sempre ao alcance de nossas próprias mãos.
Texto de Fernanda Franceschetto
Vulvoscopia FF: A jornada íntima sem tabu
Foto: @paeulini⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀