
FF responde ao leitor: “Sabe…quanto a amar eu não posso me queixar. Mas “prazer”… eu sinto falta constante do que o prazer representa, te traz benefícios, de bem-estar… Sei lá. As vezes me sinto conflitante…Mas é assim que me sinto: com carência do que o prazer proporciona. Tenho namorada. Eu a amo e meu relacionamento me dá prazer, claro. Mas… não sei explicar… Eu queria ter mais prazer, mais vezes ter prazer. Eu gosto de sexo. Eu curto prazer, toque, beijo, amasso… Não sou viciado em sexo mas eu gosto muito. E tenho alguém hoje em dia… me realizo com ela, me completa, eu a amo e tal. Mas… eu sinto falta da excitação, da aventura, do prazer… e fico sempre entre a cruz e a espada. Entre a razão e a emoção… Essa situação é bem tênue entre “sacanagem” e necessidade. Preciso entender como atender minha necessidade com a mente tranquila…. Acho que… sinto um pouco de falta de liberdade. Mas como disse… isso tudo é conflitante. Então, o que me diz?”
Te digo que precisamos todos aprender a amar de uma maneira que a pessoa que amamos sinta-se livre. É desesperador estar numa relação que nos faz bem mas na qual não sentimos liberdade para ser quem somos e expressarmos todos os nossos desejos e necessidades. É isso que mata os relacionamentos. Precisamos encarar os voos que os desejos nos provocam a experimentar em todas as áreas de nossas vidas, incluindo a intimidade. E como fazer isso sem trair o pacto que temos na relação ou abandonar a pessoa que amamos emocionalmente mas com quem o prazer não é mais o mesmo?
Tendo coragem para abrir o coração e falar de sexualidade com carinho e honestidade. Coragem que quase ninguém tem por sentir medo de que a outra pessoa não entenderá. E menosprezamos a capacidade que o outro/a pode ter – justamente por nos amar – de escutar e atender o que precisamos. No fundo, há uma falta de confiança de que a relação pode suportar e crescer a partir dos desafios que aparecem. E infelizmente acabamos provocando uma ferida muito maior depois, já que obviamente ninguém aguenta falta de liberdade e prazer. E vamos empurrando com a barriga, através de falsidades e mentiras.
O caminho da honestidade e da autenticidade refletem a maturidade ou a falta dela em cada um de nós. Por isso buscar ajuda, começar um processo psicoterapêutico é essencial: o autoconhecimento profundo nos possibilita ser realmente livres e responsáveis pela harmonia ou desarmonia em nosso pensar-sentir-agir. Um erro é viver como se a sexualidade estivesse separada de todas as outras questões e desafios que vivemos na vida e num relacionamento.
O que será que já não está legal na minha vida e na relação, muito antes de chegar à cama? O que eu não aguento mais nas atitudes da outra pessoa e/ou do que acontece com a nossa relação, e engulo calado/a? O quanto estou me privando de ser quem eu sou para atender às expectativas da outra pessoa e manter a fachada da nossa relação bonitinha? O conflito vai sempre existir, dentro e fora de nós. Faz parte da vida, do processo de evolução.
O importante é não ser paralisado por ele e sim recebê-lo como um chamado para a autoinvestigação e transformação do que precisamos mudar em nossas vidas. Atender as nossas necessidades é o caminho da saúde integral: mente, corpo, coração, espírito. Quanto mais as escondemos embaixo do tapete, mais problemas causamos a nós mesmos e aos que convivem com a gente.
Então: coragem para escutar as tuas necessidades e compartilhar com a pessoa que amas. Coragem para confiar no vínculo que vocês criaram para seguir evoluindo na relação. O prazer é resultado da liberdade de poder ser quem tu verdadeiramente és. Vá em busca do prazer, do ser, que há em ti!!!
Texto de Fernanda Franceschetto
Foto: @corwin_prescott
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