
Entrego à luz o tabu vivido pela imensa maioria das mulheres de nossos tempos: a própria vulva.
O símbolo máximo da vida, da potência criadora e criativa, da sabedoria intuitiva e vivencial, do êxtase livre e natural, da autorrealização individual e espiritual, do amor incondicional à terra e às criaturas foi mutilado pelo sistema patriarcal.
Proponho um choque instintivo e contagioso de consciência, um relembrar urgente, um recordar imediato da obviedade criadora, da toda poderosa natureza feminina, um despertar radical do pesadelo que castrou a mulher em sua genitalidade-sexualidade, usando-a como buraco para um sem fim de impulsos doentios e desvirtuados de machos e fêmeas embriagados pela ignorância cultural.
Só há um caminho: a vontade como potência para a própria transformação.
Dar-se conta da negação e abandono de si mesma, abrir-se para expressar e confiar na acolhida da DOR para descobrir o autoamor – e desde aí, aprender a experimentar o vínculo autêntico, prazeiroso e seguro seja como fêmea, mulher, amante, mãe, companheira, filha, irmã, amiga.
A coragem para despertar, limpar, reconhecer e curar a própria vulva levará a mulher a experimentar sua sexualidade-espiritualidade profunda.
É o que eu chamo de parir a si mesma.
A cada dia, a cada relação, a cada agora.
Aprender a viver sendo a mulher que realmente É.
Com toda a sua voz, com todos os seus lábios, com toda sua presença e unicidade neste mundo.
Viva la Vulva!
Texto de Fernanda Franceschetto
Vulvoscopia FF: A jornada íntima sem tabu
Foto: @ishowflag_isback
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