Neste simbólico 8 de março, decido dar voz ao que a cada dia torna-se minha potência mais autêntica: a capacidade de AMAR as pessoas e PARIR novas realidades.

Tenho hoje olhos para ver as sombras e as luzes que minhas irmãs e irmãos humanos levam dentro e fora de si. A guerra santa entre o mal e o bem no território íntimo e individual de cada ser.

Consigo observar e acolher as consequências da peste de uma cultura patriarcal no existência individual, seja que gênero for.

Há muito, atravessei o ódio que também me perseguiu em outras fases da vida, por ter crescido como mulher neste sistema violento e opressor que se apresenta através das relações humanas; seja no âmbito da intimidade, da família, da religião, da sociedade, da economia, da política ou da profissão.

A cura ao ódio que o patriarcado provoca está dentro de nós, justamente através das feridas que todos temos – pois mesmo quem não é mulher, nasceu de uma mulher – e precisamos ter coragem para a transformação de nós mesmos e de nossas relações.

É justamente através da atitude de acolhimento da diferença e da dor uns nos outros, que poderemos nos desnudar, arrancar nossas máscaras e vermos desde nossa vulnerabilidade, um caminho novo, um caminho de verdade, de transparência, de abertura as forças e as virtudes humanas.

A mudança e o fim do patriarcado começa dentro de nós.

Que este 8 de março seja um dia de luta sim, e que seja também o movimento de um só útero em trabalho de parto coletivo, onde todas as dores poderão nos levar ao nascimento de uma nova consciência.

Todos precisamos renascer.
Que façamos amor de verdade.⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Texto da autora: Fernanda Franceschetto

Comunicadora social, psicoterapeuta gestalt, tântrica, jornalista (com passagens nas maiores emissoras do país como apresentadora, repórter, editora) e atriz (com último trabalho exibido na HBO)

Criadora do Vulvoscopia FF: A jornada íntima para tornar-se mulher sem tabu .⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

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