Entrego à luz o tabu vivido pela imensa maioria das mulheres de nossos tempos: a própria vulva.
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O símbolo máximo da vida, da potência criadora e criativa, da sabedoria intuitiva e vivencial, do êxtase livre e natural, da autorrealização individual e espiritual, do amor incondicional à terra e às criaturas foi mutilado pelo sistema patriarcal.

Proponho um choque instintivo e contagioso de consciência, um relembrar urgente, um recordar imediato da obviedade criadora, da toda poderosa natureza feminina, um despertar radical do pesadelo que castrou a mulher em sua genitalidade- sexualidade, usando-a como buraco para um sem fim de impulsos doentios e desvirtuados de machos e fêmeas embriagados pela ignorância cultural.

Só há um caminho: a vontade como potência para a própria transformação.

Dar-se conta da negação e abandono de si mesma, abrir-se para expressar e confiar na acolhida da DOR para descobrir o auto amor – e desde aí, aprender a experimentar o vínculo autêntico, prazeiroso e seguro seja como fêmea, mulher, mãe, companheira, filha, irmã, amiga.

A coragem para despertar, limpar, reconhecer e curar a própria vulva levará a mulher a experimentar sua sexualidade-espiritualidade profunda.

É o que eu chamo de parir a si mesma.

A cada dia, a cada relação, a cada agora.

Aprender a viver sendo a mulher que realmente É.

Com toda a sua voz, com todos os seus lábios, com toda sua presença e unicidade neste mundo.

Viva la Vulva!
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Texto da autora: Fernanda Franceschetto

Comunicadora social, psicoterapeuta gestalt, tântrica, jornalista com passagens nas maiores emissoras do país como apresentadora, repórter e editora, atriz com último trabalho exibido na HBO.

Criadora do Vulvoscopia FF – a jornada íntima para tornar-se mulher sem tabu.

Imagem: @thegreatwallofvagina .⠀⠀⠀⠀

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